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Papel social do advogado e da advogada

 
Por Pedro Dornelles e Marinilda Pradella
 
 
No dia 11 de agosto, comemora-se o dia do advogado e da advogada. É a data na qual, no ano de 1827, o Imperador Dom Pedro I criou os dois primeiros cursos jurídicos no Brasil. A sua importância, no entanto, vai muito além do critério de sua criação.
Os profissionais da advocacia exercem relevantíssimo papel social, uma vez que, nos termos da nossa própria Constituição, são indispensáveis à administração da justiça. Diante das regras que regulam a vida em sociedade, são eles os interlocutores entre esta e o Poder Judiciário, buscando, por meio da sua atuação e representação do cidadão — seja através de mediação ou litígio — a aplicação da lei no caso concreto.
Não há como falar em Direito nem em Justiça, sem que venha à mente a figura do advogado e da advogada.  O exercício da advocacia vai além do processo, de modo que este se torna mero instrumento para que se possa garantir a dignidade ao cidadão. E é exatamente por isso que, em tempos de tanta fala sobre inteligência artificial e a possibilidade de ela substituir objetos, funções e até mesmo pessoas e relações, o lado, sobretudo, humano da advocacia se sobressai.
Trata-se do exercício de uma profissão que vai além da aplicação direta de regras absolutas e/ou análise de números, tendo preponderantemente uma atuação interpessoal, ou seja, entre pessoas; pressupõe-se, portanto, a existência de um alguém que possa ouvir, compreender, orientar tecnicamente, agir. Evidentemente, as mudanças constantes e ininterruptas da sociedade acompanhadas da evolução tecnológica trazem desafios aos advogados diariamente – assim como o fazem aos mais variados profissionais. Na advocacia, porém, a adaptação é premissa cotidiana. A legislação é alterada, literalmente, todos os dias: desde a inserção de novos itens até a revogação daqueles outrora obsoletos, assim como Reformas e idealização de novos Códigos. O triunfo do advogado se dá pela sua capacidade de adequação.
É um momento desafiador, sem sombra de dúvidas. No entanto, as transformações sempre foram – e continuarão sendo – incessantes. O que resta àqueles que exercem a advocacia é a lembrança, inclusive a si mesmos, de que não há tecnologia capaz de substituir a humanidade. (E torcer para que nunca a percamos).