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Na colheita da vida, um dia para celebrar

Gualter Baptista Júnior

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa)

É clichê e pouco original dizer que quem planta, colhe. No entanto, quando a vida profissional é dedicada ao plantio diário de alimentos e matérias-primas para nossas indústrias, quem planta merece mais do que uma colheita: precisa de uma salva de palmas, sempre. Neste caso, quem faz do trabalho o plantar diário, colhe esperança, fartura e desenvolvimento.

Nos últimos dois anos, acompanhamos um momento ímpar em nossa existência terrena. Fomos obrigados a ficar em casa, nos afastar do trabalho presencial e criar alternativas para trabalhar de forma remota. Houve desemprego, desespero e depressão. Foram incontáveis dificuldades que mexeram com o cotidiano de todos, sem distinção. Porém, no campo e na estrada, onde são cultivadas e transportadas as nossas riquezas da terra, mesmo em meio à dúvida e ao risco, não houve a possibilidade de parar.

Criaram-se, de fato, estratégias para diminuir o contato uns com os outros. Famílias rurais ficaram mais próximas, motoristas e caminhoneiros mais distantes dos seus. Todo mundo incorporando novos métodos e cuidados com a saúde. Ainda assim, esses profissionais mantiveram nossa economia viva, garantiram a fartura na mesa e a esteira rodando na fábrica. Enquanto, na cidade, médicos, enfermeiros e profissionais da saúde foram nossos heróis, no campo e na estrada, produtores e motoristas transformaram-se em super-heróis, driblando as dificuldades para manter a nossa existência: vocês são demais!

Agora é tempo de celebrar em conjunto, novamente. Aos poucos, o mundo parece caminhar para uma normalidade meio diferente, o que, no tempo presente, convencionou-se chamar de “novo normal”. É a vida que brota da terra e traz a certeza de que precisamos seguir em frente, sempre. Na colheita da vida, é hora de comemorar.

A esses dois profissionais, o colono e o motorista, que em nossa Santa Cruz do Sul têm um dia de feriado, nossos honestos parabéns! Vocês se arriscaram no período mais crítico dos últimos tempos, porque todos nós precisávamos comer, trabalhar e viver. Vocês concentram a sabedoria milenar de renovar a cada nova estação o milagre da vida, arando a terra, cultivando sonhos e transportando a nossa prosperidade.

É tempo de colher tudo aquilo que, diariamente, vocês cultivam por meio da dedicação, da renúncia a favor do outro, para que a colheita da vida seja sempre abundante. Somos felizes em poder acompanhar essa trajetória banhada pelo suor de quem tem no trabalho o reconhecimento de profissões tão importantes para o desenvolvimento de todos nós.

Hoje é festa na cidade, sobretudo, porque colono e motorista existem e fazem com que a nossa vida seja próspera, cheia de sabor e rica de oportunidades. Para a indústria, vocês são essenciais; para os trabalhadores da indústria, inspiração. Viva o 25 de julho, viva colono e motorista!